segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Holocausto... Até onde pode ir a DESUMANIDADE


 

Holocausto

Até onde pode ir a DESUMANIDADE???

Há já alguns dias que o Holocausto tem vindo à minha mente... Todo aquele terror, humilhação, sofrimento, separação... MORTE!!!

Após ter revisitado alguns filmes como "Holocausto", "Um homem bom", "A lista de Schindler", "O pianista", "O menino do pijama listrado", "A vida é bela"... Tudo foi ressuscitado numa dor lacinante que não poderia deixar em branco... 
Tinha de ser "solta " em palavras... 

)

Mas a falta de tempo não o proporcionou até que hoje fui confrontada com a notícia do falecimento da mais velha sobrevivente do HOLOCAUSTO: Alice Herz-Sommer

Para que nunca ESQUEÇAMOS...
Para que nunca se repita...

 


Alice Herz-Sommer, de 110 anos, considerada a mais velha sobrevivente do Holocausto, morreu neste domingo, num hospital de Londres, depois de ter sido internada na última sexta-feira.
A morte da pianista e professora de música acontece apenas uma semana antes do filme The Lady In Number 6: Music Saved My Life, que relata a sua história de sobrevivência num campo de concentração, estar presente nos Óscares, na cerimónia do próximo fim-de-semana, onde concorre na categoria de melhor documentário de curta-metragem.
Ela, o marido, e o filho, foram enviados em 1943 de Praga, onde nasceu, para o campo de concentração de Theresienstadt, na Alemanha, durante a II Guerra Mundial, no qual os prisioneiros tinham permissão para apresentar espectáculos e nos quais acabou por participar inúmeras vezes.
Cerca de 140 mil judeus foram enviados para Teresienstadt e 33.430 morreram ali. Aproximadamente 88 mil foram transferidos para Auschwitz e outros campos, onde a maioria foi morta. Herz-Sommer e seu filho, Stephan, estavam entre os menos de 20 mil que sobreviveram quando o campo foi libertado pelas tropas soviéticas em 1945.
Herz-Sommer nasceu em 26 de novembro de 1903, em Praga, e começou a aprender a tocar piano aos cinco anos, com a irmã. Ainda em criança, conheceu o escritor Franz Kafka, que era amigo do seu cunhado, e adorava ouvir as histórias do escritor. Depois da retirada do campo de concentração, retornou a Praga e em 1949 emigrou para Israel, onde trabalhou como professora de música. Vivia em Londres desde 1986 e a música era a sua grande paixão e nunca o escondeu.
"A música era realmente o nosso alimento. Através da música fomo-nos mantendo vivos", disse ela uma vez acerca da sua passagem pelo campo de concentração.
 



Para que nunca esqueçamos, também, que devido à coragem e inteligência de pessoas vestidas de altruísmo muitas vidas foram salvas... Muitas crianças encontraram uma família de acolhimento noutros locais... 
Nunca esqueçamos a dor e a coragem das famílias que se separaram dos seus filhos, garantindo-lhes a sobrevivência, e a bondade das famílias que os acolheram...


imagem não apresentada

Cquote1.png A razão pela qual resgatei as crianças tem origem no meu lar, na minha infância. Fui educada na crença de que uma pessoa necessitada deve ser ajudada com o coração, sem importar a sua religião ou nacionalidade. Cquote2.png 





IRENA SENDLER foi homenageada em 2007 por ter salvado a vida de 25000 crianças judias durante o holocausto.
Poucos momentos históricos da humanidade são tão emblemáticos ao revelar o quanto o homem pode ser capaz de atos de barbárie e atrocidade quanto o Holocaustodurante a Segunda Guerra Mundial. Seis milhões de judeus foram assassinados em campos de concentração.
Mas enquanto consciente ou inconscientemente muitos se silenciaram sobre o que estava acontecendo, outros se levantaram contra o terror. Uma destas vozes foi a deIrena Sendler. A jovem enfermeira polonesa montou uma operação de resgate no gueto de Varsóvia e conseguiu salvar do extermínio mais de duas mil crianças.
Especialista em História Judaica, o professor universitário e diretor educacional doProjeto Marcha da Vida Universitários Celso Zilbovicius conhece a fundo a trajetória de Irena Sendler.
Na entrevista abaixo, Zilbovicius fala sobre como Irena Sendler foi capaz de resistir e lutar contra a barbárie e como todos nós podemos fazer o mesmo.
Dentre tantas histórias e relatos de heroísmo durante o Holocausto, por que a de Irena Sendler se tornou tão especial?Temos de fato inúmeros relatos de pessoas que salvaram judeus, mas Irena tem duas questões principais que se destacam na história dela. A primeira é que antes da operação de salvamento das crianças, ela já tinha uma estratégia de ajudar pessoas que estavam morando no gueto de Varsóvia. Irena trabalhava numa associação de bem-estar social na capital da Polônia que conseguiu documentos para poder entrar no gueto e levar alimentos, roupas e medicamentos. O outro ponto que torna a história dela tão especial é a coragem de uma moça civil, sem vínculo com nenhum corpo diplomático como outros relatos que conhecemos, ter salvado milhares de vidas no maior gueto da Europa, onde moraram quase meio milhão de pessoas.
Além de salvá-las da morte, o que mais Irena Sendler fez pelas crianças judias do gueto de Varsóvia?Ela não só salvou, mas fez questão de manter a identidade das crianças. Cada uma delas que era retirada do gueto, Irena guardava os dados (nome, filiação, data de nascimento) porque tinha a intenção de, terminada a guerra, entregar as crianças a seus familiares originais ou ao menos que soubessem de onde tinham vindo. Não era somente um salvamento físico, mas um salvamento de identidade.
A religião teria sido um dos motivos a motivar a polonesa a salvar tantas vidas?Eu diria que o estímulo não foi somente do catolicismo – sem dúvida nenhuma Irena vinha de uma sociedade extremamente católica, como era a polonesa, mas acho que havia o fato dela vir de uma casa extremamente politizada. O pai dela era médico e filiado ao partido socialista polonês. A questão da ajuda ao próximo está ligada tanto ao catolicismo quanto ao ativismo político. Grande parte das crianças salvas acabou sendo entregue à famílias cristãs e conventos.
O senhor acredita que Irena Sendler teve noção da grandiosa dimensão do que fez?Acho que sim. O que a levou a de fato começar a operação de salvamento foi perceber que as pessoas não se salvariam do gueto, principalmente as crianças. Entre 1942 e 1943, quando o gueto de Varsóvia já estava no auge da eliminação pelos nazistas, Irena tinha noção absoluta do que estava fazendo porque sabia que os judeus seriam exterminados. Quando a guerra terminou e o mundo tomou consciência do que realmente tinha acontecido, acho que ela percebeu ainda mais o quão importante foi aquilo que havia feito. Todavia, nunca se considerou uma heroína por conta disso. Ela dizia que deveria ter feito mais, salvado mais pessoas.
Na sua opinião, qual seria o maior legado da história da jovem polonesa?Estamos falando de um momento na Europa do auge do processo de desumanizaçãoou o que alguns chamam de banalização do mal. Ao mesmo tempo em que havia um processo histórico de absoluto extermínio – não havia um elemento político neste extermínio, é um componente absolutamente de preconceito e da forma como foi perpetrado nos campos de extermínio, num continente que nos deu um legado completamente oposto a isso. Era o mesmo território que nos deu o Iluminismo, os ideais da liberdade e filosofia. Então ter um gesto como esse, corajoso, de uma mulher, sem ajuda, frente a um regime totalitário, militarizado e salvar milhares de crianças, é um evento da resistência contra ao processo de desumanização e barbárie. Quando escutamos histórias sobre o genocídio do povo judeu durante a Segunda Guerra Mundial, percebemos que ao mesmo tempo que o ser humano foi capaz de construir cientificamente o processo de extermínio, houve seres humanos que tiveram o poderde resistir – não com armas, a este processo.
Que lições as gerações atuais podem ter com esta história?Elas têm o compromisso de lutar contra a formação de regimes como esse que aconteceu na Segunda Guerra, capazes de gerar a barbárie e a desumanização de um outro semelhante. Acho que a memória de tudo isso serve como um alerta permanente de que precisamos ter todos os radares e antenas ligados. Ainda vemos hoje um crescimento de partidos de extrema direita na Europa com discursos xenófobos, muitas vezes com discursos antissemitas, mas também em relação a outras culturas e religiões, como o islamismo.
Irena Sendler nos provou que o ser humano pode ser mais forte do que imagina?Sim, ela nos mostrou que temos capacidade de resistir frente a estas situações de barbárie. E infelizmente, nos revelou o quantos não fazemos também. Desde que a Segunda Guerra Mundial terminou, já nos deparamos com situações semelhantes como na guerra civil em Ruanda nos anos 90 … E o que fizemos? Quanto o ser humano fez? Percebemos então o quanto o gesto de Irena é cheio de simbolismo. Ela era um jovem de 30 anos que acabou sendo presa e sentenciada à morte. Irena ensinou a todas as gerações o quanto é importante sair da zona de conforto e enfrentar a barbárie.

 

O Holocausto


"Holocausto" é uma palavra de origem grega que significa "sacrifício pelo fogo". O significado moderno do Holocausto é o da perseguição e extermínio sistemático, apoiado pelo governo nazista, de cerca de seis milhões de judeus. Os nazistas, que chegaram ao poder na Alemanha em janeiro de 1933, acreditavam que os alemães eram "racialmente superiores" e que os judeus eram "inferiores", sendo uma ameaça à auto-entitulada comunidade racial alemã.

Durante o Holocausto as autoridades alemãs também destruíram grandes partes de outros grupos considerados "racialmente inferiores": os ciganos, os deficientes físicos e mentais, e eslavos (poloneses, russos e de outros países do leste europeu). Outros grupos eram perseguidos por seu comportamento político, ideológico ou comportamental, tais como os comunistas, os socialistas, as Testemunhas de Jeová e os homossexuais.

Em 1933, a população judaica européia era de mais de nove milhões de pessoas. A maioria dos judeus europeus vivia em países que a Alemanha nazista ocuparia ou viria a influenciar durante a Segunda Guerra Mundial. Em 1945, os alemães e seus colaboradores já haviam assassinado dois entre cada três judeus europeus, em uma operação por eles denominada "Solução Final", que era a política nazistapara matar todos judeus. Embora os judeus fossem as principais vítimas do racismo nazista, existiam também outras vítimas, incluindo duzentos mil ciganos, e pelo menos 200.000 pessoas com deficiências físicas ou mentais, em sua maioria alemães, que viviam em instituições próprias e foram assassinados no chamado Programa Eutanásia.

Conforme a tirania alemã se espalhava pela Europa, os nazistas e seus colaboradores perseguiram e mataram milhões de pessoas de outros povos. Entre dois a três milhões de soviéticos prisioneiros de guerra foram assassinados, ou morreram de inanição, enfermidades, negligência, ou maltrato. Os alemães queriam aniquilar a elite intelectual polonesa, judia e não judia, bem como levar cidadãos poloneses e soviéticos para o trabalho forçado na Alemanha e na Polônia ocupada, onde eles trabalhavamcomo escravos e muitas vezes morriam sob terríveis condições. Desde o início do regime nazista as autoridades alemãs perseguiram os homossexuais e outros grupos que se comportavamse diferentemente das normas sociais vigentes, mesmo que fossem pacíficos. Os oficias da polícia alemã focalizaram seu trabalho de destruição contra oponentes políticos do nazismo--comunistas, socialistas e sindicalistas—e também contra dissidentes religiosos, tais como as Testemunhas de Jeová. Muitas destas pessoas morreram como resultado de encarceramento e maus tratos.

No início do regime nazista o governo Nacional-Socialista criou campos de concentração para deter seus oponentes políticos e ideológicos. Nos anos que antecederam a Guerra as SS e as autoridades policiais prenderam um número grande de judeus, ciganos e outras vítimas do seu ódio étnico e racial naqueles campos. Para concentrar, monitorar, e facilitar a deportação futura da população judaica, os alemães e seus colaboradores criaram guetos, campos de transição e campos de trabalho escravo para judeus. As autoridades alemãs também estabeleceram um grande número de campos que exploravam o trabalho forçado de não-judeus, tanto no chamado Grande Reich Alemão quanto nos territórios ocupados pela Alemanha.

Após a invasão da União Soviética, em junho de 1941, as Einsatzgruppen, unidades móveis de extermínio, e posteriormente os batalhões policiais militarizados atravessaram as linhas fronteiriças alemãs para realizar operações de assassinato em massa de judeus, ciganos, e autoridades governamentais do estado soviético e do Partido Comunista. As unidades das SS e da polícia alemã, apoiadas pelas unidades da Wehrmacht-SS e das Waffen-SS, assassinaram mais de um milhão de homens, mulheres e crianças judias, além de outras centenas de milhares de pessoas de outras etnias. Entre 1941 e 1944, as autoridades nazistas alemãs deportaram milhões de judeus da Alemanha, dos territórios ocupados e dos países aliados ao Eixo para guetos e campos de extermínio, muitas vezes chamados de centros de extermínio, onde eram mortos nas instalações de gás criadas para cumprir esta finalidade.

Nos meses que antecederam o final da Guerra os guardas das SS transferiram os prisioneiros dos campos em trens, ou em marchas forçadas conhecidas como "marchas da morte", na tentativa de evitar que os Aliados os liberatssem. Conforme as forças Aliadas atravessavam a Europa, em uma série de ofensivas contra a Alemanha, elas começaram a encontrar e a libertar prisioneiros dos campos de concentração e aqueles que estavam sendo levados de um campo para outro. Estas marchas continuaram até o dia 7 de maio de 1945, o dia em que as forças armadas da Alemanha se renderam incondicionalmente aos Aliados. Para os Aliados ocidentais a Segunda Guerra Mundial terminou oficialmente na Europa no dia seguinte, em 8 de maio, o (V-E Day, o Dia da Vitória, no entanto as forças soviéticas proclamaram seu "Dia da Vitória" como 9 de maio de 1945.

Após o Holocausto muitos sobreviventes encontraram abrigo nos campos para deslocados de guerra (DP) administrados pelos poderes Aliados. Entre 1948 e 1951, cerca de 700.000 sobreviventes emigraram da Europa para Israel. Muitos outros judeus deslocados de guerra emigraram para os Estados Unidos e para outras nações, tais como o Brasil. O último campo para deslocados de guerra foi fechado em 1957. Os crimes cometidos durante o Holocausto devastaram a maiorias das comunidades judaicas da Europa, eliminando totalmente centenas destas comunidades centenárias.